terça-feira, 20 de março de 2012

Tapouer

Já reparou que quanto mais pobre se é, mais tapouer se tem em casa?!
É incrível a ligação que um tem com o outro, não se sabe ao certo se é por causa do preço, acessibilidade ou o que, só sabe-se que o pobre tem uma atração por eles. Tudo bem que é um utensilio muito utilizado dentro de casa, serve para colocar resto de comida, também serve como substituto pra quando você quer utilizar uma panela, mas não quer jogar fora o resto do arroz que sobrou, ou até guardar a maionese que sobrou no domingo. É o utensilio que mais trabalha. E o pobre valoriza o tapouer, ele sabe que uma hora ou outra vai ter uma festinha e é onde ele vai guardar o pedaço de bolo da comadre. O pobre se apega ao tapouer, ele valoriza, chega a dar um armário só para eles. O problema é que os vizinhos sabem que é barato e que você tem muitos, então começam a não devolver. Ou devolve sem tampa, ou com a tampa errada. Segundo o IBGE: oito entre dez tapouer’s não tem a tampa ou tem uma tampa que não é original de fabrica. Por isso acho que o tapouer tinha que entrar na listas de coisas que não se emprestam. A lista de coisas que não se emprestam (existe uma lista, não oficial, mas existe) deviria ser: Mulher, carro, arma, livro, CD e tapouer.
Tem gente que improvisa um tapouer que é utilizando o pote de sorvete, na casa do pobre o pote é mais valorizado do que o próprio sorvete.
Então eu acho que as organizações que medem o nível de pobreza da população não deveriam fazer o calculo baseados em quantas pessoas moram na casa, dessas que moram quantas trabalham, quantos salários por pessoa que trabalha, se estudaram, fazem faculdade, etc. mas sim, deveriam perguntar, ‘quantos tapouer mais ou menos tem em casa? Tem um armário só pra eles? Desses, quantos tem tampa? Quantos são de sorvete?’.

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