quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Direitos iguais


Não é de hoje que as mulheres estão ocupando espaços que até pouco tempo atrás eram considerados somente dos homens. Cresceu o numero de mulheres que trabalham fora, elas não são mais só donas de casa, agora também são donas de empresa. Elas queimaram sutiãs, lutaram e continuam lutando por isso. Só não queimam mais sutiãs porque seria um desperdício e ficaria com uma calcinha sem par, então teria que queima-la também.
Mas essa luta toda não quer dizer que elas não precisam mais do homem, ainda precisam, afinal de contas quem é que vai limpar a casa e cozinhar enquanto elas estão trabalhando?
As mulheres estão mais individualistas, sim. Mas ainda esperam algumas coisas do homem, que seja cavalheiro, romântico, que cheguem nelas. Elas esperam essas atitudes do homem. Ela está pronta pra comandar um país, mas não está pronta pra te convidar pra dançar ou sair. Não é porque ela é rica, que quer dizer que tudo bem pra ela pagar a conta no primeiro encontro. Recentemente eu li uma pesquisa mostrando que, ‘homens que não pagam a conta no primeiro encontro correm um grande risco de não ter a oportunidade de um segundo encontro’. Ao fim de um jantar a mulher leva a mão até a bolsa e insiste em pagar, não porque ela realmente quer dividir a conta ou pagar, mas sim pra testar o homem, pra saber se ele está apto pra um segundo encontro.
E isso ainda confunde os homens, não sabemos muito bem o que fazer ou não, porque ele foi ensinado a fazer tudo para as mulheres, mas ela não quer que eles façam, elas mostraram que são capazes, mas ainda querem algumas coisas. É confuso. Daqui uns tempos são os homens quem vão fazer manifestações e queimar cuecas lutando por direitos iguais ao das mulheres. Ou pelo menos por uma explicação.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rebobine, por favor


Dias atrás eu fui um tanto quanto saudosista e aluguei um filme. Sim, eu fui lá, falei meu código, paguei pelo filme e levei. Todo mundo da minha casa, se espantou quando eu entrei com a sacola com filmes. Vieram logo perguntando onde eu tinha comprado, ‘foi três por dez?’, ‘porque não me falou que queria eu sei de um cara que vende uns bons e caso esteja riscado ele troca’, se assustaram quando eu falei que tinha locado. O mais novo até perguntou ‘mas vai tem que devolver?’.
Hoje em dia ninguém mais vai a locadora, temos ela ao nosso alcance na internet, temos locadoras virtuais, o youtube, podemos baixar filmes o filme que quisermos, filmes que ainda nem saíram no cinema, já ouvi dizer que da pra baixar até filmes que ainda não foram feitos. Como o caso do ambulante que estava vendendo o “Avatar 2”.
Mas nada substitui a sensação de ir na locadora. Passar horas e horas pra escolher cinco filmes. Quem tem irmãos sabe como é difícil decidir quais filmes levar. Sempre dava discussão pra ver quem ia escolher mais. E as vezes nem assistíamos. Devolvia sem ter nem tirado da caixinha.
Alugar filmes era coisa séria, atraso gerava multa, você estava longe de casa, então dava um estalo na sua cabeça: “caramba, esqueci de devolver os filmes”. Colocar na caixinha errada, gerava multa, extravio gerava multa e não rebobinar também além de ser considerado quase um crime. Dizem que tentaram aprovar a lei da pena de morte pra quem esquecesse de rebobinar a fita, mas o juiz que estava decidindo sempre esquecia, então achou melhor não aprovar. Então você só levava a multa e um esporro na frente dos outros clientes, mesmo.
Hoje em dia não temos mais que ter essas preocupações, já que não alugamos mais filmes. Daqui uns anos quando as locadoras estiverem extintas e você contar para o seu filho sobre elas, ele vai dar risada da sua cara e falar: “o que? Você tinha que ter mais de 18 anos para ver pornografia e além de tudo tinha que entrar numa cabine separada de todo mundo?”.
Você vai lembrar com saudades, da época em que a sua maior responsabilidade era não esquecer de rebobinar o filme antes de entregar.

Ps:. A dona da locadora ficou tão feliz em ver um cliente que até esqueceu de cobrar.
Ps2:. Ela cobrou na devolução.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Passou voando


Já passamos da metade do ano, há quase dois meses atrás, mas eu tenho certeza que você, assim como eu, só notou isso agora, pois só agora as pessoas a sua volta começou a comentar como o ano está passando rápido, voando, e todas essas maneiras criativas que elas encontram pra puxar assunto no elevador. Mas por mais que essa seja uma conversa de quebra de silencio, essa informação entra como uma bala perdida na sua cabeça. Antes de se tocar disso você estava simplesmente deixando o ano passar, agora você começa a prestar a atenção nele, como alguma pessoa que alguém aponta. Você fica tentando lembrar o que aconteceu nesses oito meses que passou, fica tentando entender, como se algum narrador em terceira pessoa fosse aparecer e falar mostrando alguns slides feitos no power point: “aqui temos fevereiro, lembra do carnaval? ta do carnaval não vai lembrar por que bebeu de mais, mas e maio, maio da pra lembrar, oh abril, lembra de abril?”, aos poucos vai caindo a ficha.
O que é um pouco chato, porque depois que você processa essa informação, não consegue mais simplesmente deitar a cabeça no travesseiro e dormir. Agora você deita com a cabeça pesada, pensando: “caramba, realmente já estamos em agosto, faltam quatro meses para o fim do ano e até agora o que eu fiz?”, fica rolando na cama e percebe que realmente não fez nada do que tinha prometido para esse novo ano, que agora já não mais tão novo, então decidi por um ponto final nisso, a partir de amanhã vai correr atrás do prejuízo e cumprir todas as promessas esquecidas, por que afinal de contas ainda faltam quatro meses, se correr da tempo. Amanhã começa a virada. Então você acalma sua consciência com novas promessas. Dorme. Esquece. Até que alguém chega pra você e fala, “caramba, já estamos em dezembro, já é natal, esse ano realmente passou voando”.