sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Saudades do fim do ano

Todo dezembro me bate uma nostalgia. Saudades da época de fim de ano no colégio. Era a época mais esperada do ano, depois das férias. Todo fim do ano me pego lembrando desse tempo, com saudades...
Saudades da festa que tinha na sala de aula todos os anos, um dos únicos dias do ano no qual você podia ir sem uniforme sem receber uma advertência. Essa festa acontecia simultaneamente em todas as salas, a regra era simples: cada um era designado a trazer uma coisa, eu sempre fui da turma que levava o refrigerante. Era engraçado que em todas as salas, e todos os anos, tinha uma gordinha que levava bolo de chocolate ou torta de sardinha, a especialidade da mãe da tal era ou bolo chocolate ou torta de sardinha.
Saudades daquele amigo secreto de 1,99 que acontecia. Aquele que sempre tinha um amigo que era tão secreto que ele não ia, então alguma pessoa ficava sem presente.
Saudades de levar uma camiseta pra todo mundo assinar e no dia seguinte a mãe lavar achando que estava manchada. Mas chegava o começo do ano e você caia na mesma sala, com os mesmos alunos do ano anterior, então a camiseta não era mais problema já que ia ver todo mundo novamente o ano inteiro.
Saudades de passar de ano ser atacado por pessoas, que você nem conhecia, te jogando ovos e farinha, as vezes você nem sabia se tinha realmente passado, só falavam pra jogarem ovo em você também. Aliás ingredientes esses que nas mãos da mãe da gordinha virariam uma ótima torta de sardinha ou um bolo de chocolate.
Saudades de dar tchau, mas saber que era por pouco tempo.
Saudades de rezar pra tudo quanto é santo pra passar de ano prometendo que no ano seguinte estudaria mais, e no final do ano seguinte se pegar fazendo a mesma oração. E principalmente, saudades do tempo que a única responsabilidade era passar de ano.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E o salario ó...

Já estamos em dezembro o mês do salvador, daquele que é a luz no fim do túnel, que deixa o nosso natal mais feliz, o mês do décimo terceiro.
O décimo terceiro é um salário a mais que você ganha, o problema é se você ganha pouco, por que vai acabar passando raiva, vai ver duas vezes o quão pequeno é seu salário, e notar que nem dobrado ele é grande. O décimo terceiro é uma forma sutil de a sua empresa dizer, “a gente pode te pagar o dobro do que você ganha, mas não queremos”. Só que nós não notamos isso por que estamos anestesiados, com a possibilidade de poder quitar as contas, e fazer novas contas.
A verdade é que o Brasileiro vive uma relação de amor e ódio com o seu salário, entra mês, sai mês e você sempre vê alguém reclamando. “Eu ganho mal”, “não da pra fazer nada com essa mixaria”, mas se atrasam o pagamento, não perdoam, quer dizer mesmo não estando satisfeitos não quer dizer que não têm um sentimento para com a “mixaria”. É esse eterno vai e vem, trabalha o mês inteiro, pra aproveitar-se dele por no máximo cinco dias.
A relação das pessoas com o seu salário é como a de um filho de pais separados. O pai promete buscar o filho, ele senta no meio fio e espera, espera, espera, então quando ele começa a achar que foi esquecido um carro dobra a esquina, é o pai, acende uma chama de esperança, o pai chega e ele esquece de todo sofrimento que passou ao esperar por tanto tempo, e quando ele menos espera já ta na hora do pai ir, então ele vai embora, e o filho fica sozinho novamente, e não vê a hora de ver ele de novo mês que vem.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aqui jaz um celular

Tenho a nítida sensação que está havendo uma revolta por parte dos celulares ultimamente. Em menos de uma semana ouvi, ou li, a noticia de celulares que estão explodindo no bolso de seus donos, mas eu não os culpo deve ser estressante ser celular nos dias de hoje, antigamente era mais fácil, não tinha tanta concorrência, eles não tinham que dividir a atenção com tantos outros, mais finos, e bonitos, e cheios de apetrechos, nós não cobrávamos tanto deles, só queríamos que eles ligassem e mandasse mensagem, jogo no máximo o da cobrinha. Mas hoje não exigimos muito deles, eles não são mais apenas um meio de comunicação, é uma ferramenta indispensável pra todas as horas, ele tem que ligar, mandar mensagem, entrar na internet, tirar foto, filmar, tocar musica, no mínimo tem que fazer isso. Não a objeto que agüente tanta pressão, queremos que ele seja magro, numa cor legal, esteja na moda, se não tiver essas qualidades nós os trocamos. Hoje em dia não deixamos nem ele entrar em tela de descanso, estamos toda hora vendo hora, ou nos exibindo por aí como se ele fosse apenas um objeto qualquer. Diante de tudo isso não podemos ficar chocados quando vemos a noticia de um ou outro, celular, que explode, eu no lugar dele também me suicidaria. Não tem como agüentar a pressão de ter tanta cobrança sem explodir. Talvez eles estejam fazendo isso pra tentar nos dizer alguma coisa, nos dizer que temos que parar de ser tão dependentes deles, que devemos erguer a cabeça e olhar, e ver que tem mais pessoas ao seu redor, tudo bem que elas não funcionam a base do Touch Screnn, nem tem acesso a internet, mas elas também tem funções legais.*

*Post em memória do meu Nokia que se suicidou.

sábado, 9 de julho de 2011

Se conselho fosse bom eu não dava...

Um conselho sempre vem precedido da frase “Se conselho fosse bom eu não dava, vendia”. São sempre os três mesmos passos. Você mete o bedelho, da o conselho e larga o jargão. O chato não é a pessoa se intrometer, mas sim ela admitir que o conselho que está dando é ruim e que se tivesse um bom não o daria de mão beijada.
Claro que a partir do momento que nos dispomos a contar o problema estamos querendo uma segunda opinião, ninguém fala por falar. Nós contamos o “causo” buscando uma ajuda pra entender o que está acontecendo, buscando um esclarecimento. Queremos o conselho, um bom conselho, se preciso for pagamos por ele. O certo seria a pessoa falar, ‘eu posso dizer qualquer coisa, ou te dar um bom conselho, porém terei que cobrar por ele. Porque ele é bom!’.
Qual é o verdadeiro valor de um conselho? Só podemos saber quanto ele vale depois de seguir ele e ver onde dá. Se ele te deu uma “luz”, te ajudou a se encaminhar, deu uma solução para o seu problema, então quer dizer que vale a pena pagar por ele. Se não é um dinheiro mal investido. Deveria existir uma tabela de preços para os conselhos. Tal conselho vale tanto. Assim você procuraria o certo e saberia o quanto ia gastar. Poderia comprar desde os genéricos, que são os do tipo “é melhor você parar e pensar”, “você não deve agir de cabeça quente”, etc. até os decisivos “se eu fosse você não casaria, porque isso vai estragar o seu futuro. Assim poderíamos saber o que esperar e quanto vamos gastar.
A verdade é que quem sou eu pra dizer alguma coisa, afinal de contas se conselho fosse bom eu não dava...

domingo, 8 de maio de 2011

Aprendi com a minha mãe

Mãe, o alicerce da família. O nosso carro forte. Nosso farol no mar escuro. Tudo o que somos devemos é ela, e única forma de pagar é amando-as incondicionalmente.
Nossa mãe é nossa escola, saímos de casa, para o mundo, com o preparo que ela nos dá.
E eu durante esses poucos anos de vida aprendi muita coisa com a minha.
Aprendi a procurar, direito, as coisas. Pois ela falava:
“Só procura onde o olho alcança. Se fosse uma cobra tinha te matado”.
Aprendi o que é respeito.
“Me respeita com quem você pensa que está falando com os seus amiguinhos da rua”?
Aprendi a valorizar o trabalho.
“Se você for mandado embora, eu te mando embora de casa”.
Aprendi a valorizar o estudo.
“Se você reprovar de ano eu vou te dar uma surra tão grande que até a lua vai parar pra ver”.
Aprendi a valorizar o dinheiro.
“Você pensa que eu tenho uma maquina de fazer dinheiro, daqui a pouco vai querer limpar a bunda com uma nota de 10”.
Aprendi a me defender.
“Se você apanhar na rua, quando chegar em casa vai apanhar de novo”.
Aprendia valorizar a comida.
“Você vai comer tudo nem que eu tenha que te entrouxar goela a baixo”.
Aprendi que tamanho não é documento.
“Não é porque você ta grande que eu não posso com você mocinho”.
Aprendi a controlar a minha emoção.
“Engole esse choro”.
Aprendi a valorizar o tempo.
“Eu só vou contar até três. Um, um e meio, Dois...”.
Mas principalmente aprendi que não importa onde eu estiver, o que eu fizer, ou o que eu for, ela sempre estará do meu lado. E que se algumas vezes ela pareceu estar brigando foi só para o meu bem.
Feliz dia das mães, para todas as mães. Vocês não merecem um dia, merecem uma eternidade!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ta tudo liberado!

Liberaram a união estável entre os homossexuais. A muita controvérsia nisso, é um momento onde os ânimos estão alterados, essa coisa toda de homofobia está em alta, e uma decisão dessa pesa muito. Tanto para o bem, que é o lado dos homossexuais, quanto para o do mal, que é quem é contra. Porque trás uma revolta para esses que não respeitam o próximo. E isso é uma bobagem, porque afinal de contas todos tem o direito de fazer o que quiserem com o seu focinho, no caso com o seu C...
Porém independente de certo ou errado esse tipo de união, assim como nos casamentos convencionais, também terão muitos problemas.
Por exemplo, como um vai cobrar o outro por deixar a toalha molhada em cima da cama sendo que os dois são os “homens” da casa?
E se tiverem filho a criança vai chamar os dois de pai, de mãe, ou vão ter que tirar no par ou impar pra ver quem vai ser a mãe.
Se um dos maridos (ou mulher) começar a chegar tarde em casa, qual desculpa vai dar?
- Onde você tava até essa hora?
- Tava no bar vendo a novela! Ou...
- Porque você chegou tão tarde ontem?
- Porque eu fiquei até tarde no serviço.
- E quem estava lá com você?
- Eu, a secretaria e o novo estagiário!
- Que história é essa de novo estagiário?

Outra coisa imagine na hora do casamento o padre fazendo o anuncio...
- Sr.Paulo aceita o Diego como seu legitimo esposo?
- Sim!
- Sr.Diego aceita o Paulo como seu legitimo esposo?
- Sim!
- Eu vos declaro marido e marido. Ou mulher e mulher, como preferirem.
Não estou aqui pra julgar se isso é bom ou é ruim, mais que é estranho é... Assim qualquer outro casamento convencional.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Temos que marcar...

Dois amigos que não se vêem há muito tempo se encontram na rua e depois de muito tempo conversando, um olha para o outro e fala, “temos que marcar alguma”. O outro responde “pois é vamos marcar mesmo”. Os dois falam juntos “então vamos marcar mesmo...”. Cada um vai para um lado e ninguém marca nada.
Vivemos num eterno “pois é marcamos alguma”, e no fim das contas não sai em nada. Dia desses parei pra pensar quantas coisas eu tenho que fazer, então lembrei que o significado do “marcar alguma”, quer dizer ‘um dia talvez isso pode vir a acontecer, mais provavelmente não’.
Uma vez ou outra acontece de um principiante ouvir essa frase numa mesa de bar, se comprometer e querer levar adiante. Porém essa é à hora de se desligar dessa pessoa. Se ela acha que pode chegar marcando alguma, quando na realidade a frase “marcar alguma” é só um ponto final no assunto, quer dizer que ela não deve ser boa pessoa.
Não que cumprir com os compromissos seja uma coisa ruim, longe disso, diga-se de passagem, não a nada melhor do que combinar e ir. Porém existe marcar e marcar. Se eu falo “fulano vamos jogar dominó” (ta bom ninguém marca de jogar dominó, ao não ser que você seja velho o suficiente, mas também se for não vai lembrar de ter marcado), suponhamos que você marque o dominó, eu não faço mais que a minha obrigação em ir. Agora quando você está batendo um papo alguém fala, “e o futebolzinho, tem jogado?”, você responde “sim”, então falam “legal, temos que marcar um futebolzinho aí hein!”. Não quer dizer que ele esteja firmando um compromisso com você. Não te da o direito de cobrar algo. O “temos que marcar” não expressa compromisso nenhum. E com certeza foi uma frase criada pelo homem, foi uma maneira que ele encontrou de despistar as intimações dadas a respeito do casamento.

Curioso – E aí estão a quanto tempo juntos?
Namorado – 1 ano!
Namorada – 3 anos! – Corrige e belisca o noivo.
Curioso – Olha aí 3 anos já. E quando sai o casamento?
Namorada – Diz pra ele quando sai o casamento!
Namorado – Pois é temos que marcar! (Fim de assunto, próximo tema).

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fala pra cachorro

Você já conversou com o seu cachorro hoje? Então vá trocar uma idéia com ele, afinal de contas ele é o seu melhor amigo. Alias acho que é por isso que o cachorro é considerado o melhor amigo do homem, porque ele num questiona uma decisão, é um bom ouvinte, não te retruca e só fica com aquela cara de quem concorda. Como se dissesse “se você ta falando quem sou eu pra discordar”, “você me alimenta eu te escuto!”.
Mas a pergunta é, e se os cachorros pudessem falar, será que continuariam com o titulo de melhor amigo? Porque só nós sabemos o que o dom da fala pode causar. Se o mundo está do jeito que está hoje, é porque não sabemos manter a boca fechada. Ao contrario do cachorro não somos bons ouvintes.
Imagine agora se por um momento você começasse a conversar com ele e tivesse uma resposta.

Dono – Daí amigão como você ta? hein? (com aquela voz que só usamos quando falamos com cachorros ou crianças)
Cão – Cara pode parar de falar com essa voz idiota!
Dono – Oi?
Cão – Poh você não sabe a quanto tempo eu queria falar isso! Eu já não sou mais criança, tenho Sete anos caninos, que equivale a quase 40! Já sou adulto cara. E outro coisa você falando assim não fica feio pra mim, sim pra você!
Dono – Você ta falando?
Cão – Caramba que percepção hein!
Dono – Nossa Bob eu não acredito!
Cão – Como não acredita as vezes eu balançava a cabeça você saia dizendo que eu tinha concordado com você. Agora que eu to realmente falando você não acredita?
Dono – É que eu fazia a perguntava e você balançava a cabeça tão animado que dava a impressão que você tava concordando.
Cão – Mais não tava, tava tentando espirrar, essa casa cheia de pó atacava minha renite.
Dono – Ué e porque só começou a falar agora?
Cão – Eu to tentando falar desde que eu cheguei aqui, mais você não ouve. Só fica me contando seus problemas, chorando suas magoas, mi-mi-mi...
Dono – Desculpa cara não sabia que você podia falar!
Cão – É sempre assim, você fazem o que quer, aí acham que vão resolver tudo com um simples 'desculpa'...
Dono – Não foi por mal...
Cão – Ta bom, ta bom. Vamos fingir que não aconteceu. To indo embora...
Dono – Como indo embora? Você não é meu melhor amigo?
Cão – Era! Agora que eu to falando duvido muito que nossa relação continue a mesma. – Vai saindo – Ah e falando em falar, sua mulher está te traindo, com o seu “melhor amigo”.

Quanto mais eu me conheço mais eu admiro meu cachorro.

terça-feira, 29 de março de 2011

Parabéns Curitiba

Hoje é aniversário da cidade sorriso, a cidade que acolhe todos sempre com simpatia e amor... Ah e é aniversário de Curitiba também!
Curitiba sempre me acolheu – não posso falar o mesmo dos curitibanos – apesar de morado boa parte da minha infância em São Paulo, moro a muito tempo aqui. E tudo que tenho eu devo a Curitiba mais não se preocupe que eu vou pagar.
Falasse muito do jeito Curitibano. Fechado, anti-social, na dele, etc. Mas é algo que vem a gerações, aliás se Deus é Brasileiro ele nasceu em Curitiba. Prova disso é que ele também não fala com estranho, não responde o que perguntamos, não da informação. Falam muito, e a maioria que espalha isso, são os próprios curitibanos. É o famoso eu posso falar, você não! Só que não funciona assim em outras regiões, você não vê um cara do Rio de Janeiro falando nossa como o Carioca é ladrão. Não vê um do Rio Grande do Sul falando, nossa como o Gaúcho é viado. Não vê um cara do Acre dizendo, nossa... Cadê todo mundo?
É o jeito Curitibano, quer mais uma prova? Hoje é dia de festa? Sim. Só por isso você não precisa trabalhar? Nada de feriado. Hoje também é aniversário de Salvador e eles estão comemorando desde que Dom Pedro Álvares Cabral pisou lá pela primeira vez. Só param de comemorar o aniversário durante o Carnaval. Pra mudar a temática da festa.
Brincadeiras a parte, Curitiba é a cidade com a melhor qualidade de vida do Brasil. Muitos fariam qualquer coisa para morar aqui. E por que? Porque é uma cidade limpa, com pessoas educadas, respeito mutuo, etc. é a terra de Inri Cristo, Oilman, Tia da borboleta 13 (apesar da confiança que ela passa, nunca arrisquei jogar). E esse jeito de ser muitas vezes criticado, é o que faz Curitiba permanecer no topo, e gerar inveja em tantas outras Cidades, que se espelha em nosso “jeitão” Curitibano de ser.

quinta-feira, 24 de março de 2011

"Acooorda menino"

Minha mãe dizia que uma das melhores coisas que existe é dormir. E uma das mais difíceis é acordar. Porque não importa quanto você tenha dormido, na hora de levantar vai ratear. Você começa a negociar com seu corpo. “Ta bom, eu sei que você gosta de ficar aqui, mais daqui a pouco você terá que levantar. Ok mais cinco minutos, nada mais que isso”.
Alias a função soneca do despertador foi uma forma que inventamos de tentar enganar o sono. Quando ele menos espera você está dormindo de novo, e de novo, e de novo... até quando perder a hora. Eu perdi a hora esses dias, dormi demais. Mas como estava com o sono atrasado aproveitei para pagar. Não gosto de ficar com nada em atraso. Paguei, vai se ele resolve me abandonar e me deixa com a insônia. Esse sim seria um castigo. Pois mais chato do que acordar é não conseguir dormir. Ninguém que está com insônia, consegue ficar indiferente a alguém que esta dormindo profundamente. Parece que ela está esfregando aquilo na sua cara. “Eu consigo dormir você não”. Você fica desesperado, começa a procurar o sono em todos os lugares. Liga a televisão, fica no computador, vai à cozinha abre a geladeira, e nada. Então quando finalmente o encontra, está na hora de acordar. E novamente acordar se torna a coisa mais chata.

sábado, 19 de março de 2011

Puxando o do Obama

Nunca na história desse país puxamos tanto o saco de alguém quanto o do Barack Obama, agora.
Tudo bem que ele é o presidente dos Estados Unidos, tudo bem que ele é primeiro presidente negro, tudo bem que ele tem um enorme carisma, é pensando bem entendi porque puxam tanto. Só acho que não devíamos dar tanta atenção assim. Todos os canais só falam dele. Coloca na Globo presidente Obama no Jornal Hoje, no jornal nacional, na novela das oito, vai tocar na festa do BBB... Alias ele está aparecendo tanto na Globo que minha mãe achou que estava passando “todo mundo odeia o Chris” na Globo.
O Japão esta sofrendo com os terremotos, tsunami, vazamento nuclear. O litoral paranaense está em estado de calamidade, com morros desabando, enchente acabando com a casa de milhares de famílias, mais quem se importa, eu quero é saber a agenda do Obama. A todo o momento atualizam a agenda dele, parece que eu deixei o botão F5 apertado, não param de falar nisso. As 10h00min o presidente vai tomar café, depois dar uma volta, 12h00min vai almoçar, a 13h00min estará terminando de almoçar, no final da tarde vai cagar, e por volta de 16:30 vai tomar café da tarde, porque saco vazio não para em pé.
Não que a vinda dele pra cá não importe – pra mim não importa – mais para o crescimento do Brasil num todo, a melhora nas negociações, etc. é muito bom. Só acha que não merece tanta atenção quanto é dada. Se bem que se for pela lógica do tanto de coisa sem sentindo, que não merece atenção e é dada em excesso isso não é nada.

Ps:. Só queria entender porque todas as celebridades que vem para o Brasil só aprendem a falar obrigado, em português, sendo que é a palavra que o Brasileiro menos usa.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Função? Soneca!

Em meio a tanta tecnologia, invenções que jamais imaginaríamos que existiria, existe uma em especial que me chama atenção, que nem é algo tão high-tech assim, que é a função soneca do celular.
Eis uma das maiores invenções do mundo moderno, o despertador com soneca. Os cinco, dez minutos de margem de erro que ele te da é uma das 7 maravilhas. Você tem que acordar as 7h00m da manhã, então coloca o celular pra despertar as 10 para as 7, pronto a magica está feita. Essa função te proporciona o prazer de falar, “Ah vou dormir mais 10 minutos”. Isso é tão bom, que eu tinha um amigo que tinha que acordar as 7h00m da manhã, colocava o relógio pra despertar as 4h00m, só pra poder ter o prazer de poder dizer que dormiria mais 3 horinhas.
Mas como diz o sábio tio Ben: Com grandes poderes, grandes responsabilidades. No calor do momento – ou das cobertas – você pode confundir os botões e dormir além do que queria, e aí meu amigo, não tem o que fazer. Como vai explicar para o chefe que perdeu a hora por culpa da bendita função soneca. Ninguém acredita. Experimenta falar que programou pra despertar em seguida, e não aconteceu. Todos se voltaram contra você. Da onde já se viu acusar essa função nobre.
Alias, tenho saudades de quando essa era uma função feita por nossos pais. Porque se você não se lembra, eles são os pioneiros nisso de te dar mais cinco minutinhos. Lembra? O relógio despertava (PIPIPIPÍ, PIPIPIPÍ, PIPIPIPÍ), você desligava e voltava a dormir. Cinco minutos depois sua mãe (ou pai), vinha chamar sua atenção. Você levantava a cabeça, resmungava alguma coisa e voltava a dormir. Mais cinco minutos e a mesma coisa. A terceira chamada nunca era tão amistosa. E é isso que diferencia a função soneca do celular, da função soneca feita pelos pais.
É como dizem a tecnologia nunca vai substituir o homem, muito menos um pai ou uma mãe.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Deus deve é Brasileiro

Chega de festa, hora de guardar a fantasia, o champanhe, o panetone – graças a Deus pelo menos vão sumir as uvas passas – arregaçar as mangas e voltar a trabalhar.
É um clichê em plena quarta-feira de cinzas desejar feliz “Ano Novo”, mas como dizem que o ano no Brasil só começa depois do carnaval é o que se deve ser feito.
Alias esse é feriado que mais me intriga, todos sabemos que o Brasileiro é chegado num feriado, é só você pegar o calendário e ver o tanto deles que tem. Porém todos duram o dia inteiro, nenhum é pela metade. Tenho a impressão que depois de serem concedidos tantos feriados no ano esse teve que ser negociado.

Organizador do calendário – É pelo jeito fechamos os feriados do ano no Brasil.
Deus – Demorou mais fechou, foram bastante hein!
Organizador – Pois é. Opa! Esse na quarta-feira depois dos quatro dias de carnaval quer dizer o que?
Deus – quarta-feira de cinzas.
Organizador – E o que quer dizer?
Deus – quarta-feira de cinzas, porque depois de quatro dias pulando carnaval eles ficam só o pó! (e da risada)
Organizador (sério) – Não sabia que Deus tinha senso de humor!
Deus (Sem-graça) – Desculpe achei que essa seria boa.
Organizador – Então porque devemos colocar esse feriado pra eles? Já estão tantos dias parados, só começam realmente a trabalhar depois que passa essa festa!
Deus – É que é uma festa importante pra eles, e depois de tanta folia merecem descansar, eu que sou EU descansei porque eles não podem? Afinal de contas, são todos parte de mim!
Organizador – Mais por isso mesmo, depois de tantos dias parado, ele tem que cair em si.
Deus – Mais da mais esse diazinho de folga pra eles.
Organizador – Não posso já estourou minha cota com eles, dei muito mais feriados do que podia.
Deus – Poh, só mais um! Alivia aí!
Organizador – Não posso.
Deus – Ah quebra essa!?
Organizador – Deixa eu ver o que posso fazer pra você...
Deus – Sabe que eu te amo né!?
Organizador – Fala isso pra todo mundo!
(enrola durante um tempo)
Organizador – Posso dar meio-dia de feriado.
Deus – Só meio-dia?
Organizador – É o maximo que eu posso fazer, é pegar ou largar!
Deus – Meio-dia...
Organizador – Eles dormem até meio-dia, levantam e vão trabalhar.
Deus – Ta bom, Fechado!

E assim ficou resolvido o feriado de quarta-feira de cinzas. Quer dizer eu acho que foi assim, afinal de contas “DEUS É BRASILEIRO”.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Feliz carnaval!?

Dias antes do carnaval perguntaram pra mim: E aí pronto pra pular o Carnaval? Respondi: Sim, por mim eu pulava direto para o próximo feriado.
É impressionante como o governo acha que nós transamos no carnaval, alias acho que eles pensam que só transamos no carnaval. Tudo bem que tem gente que só faz isso uma vez por ano mais não é necessariamente durante o carnaval. Você sabe que eles acham isso pelo tanto de propaganda de camisinha que passa na TV, e pelo numero de lugares que tem distribuído. Todo lugar que você vai, no postinho, no posto de gasolina, na escola, até na igreja que são contra. Tudo bem que é camisinha religiosa, camisinha do Smilinguido. Porem eu não acho ruim fazerem propaganda de camisinha, é até legal pela conscientização do povo, eu só acho que eles fazem errado, eles colocam pessoas pra fazer a propaganda que você sabe que não dá e não come ninguém. Colocam o cara do molejo, você sabe que ele não pega ninguém, colocam a Preta Gil, ninguém vai gastar camisinha com ela. Eu acho que eles deveriam colocar alguém que você sabe que come muita gente, tipo o Zé Mayer. Coloquem-no falando “e aí vai comer alguma Helena nesse carnaval? Use camisinha.” Daí sim passaria credibilidade.
O Carnaval é uma festa que ninguém ta nem aí pra nada, a prova disso é que cai cada ano em uma data. É estranho isso, um ano cai na segunda semana de Fevereiro, no outro na sétima semana de março, nona semana de julho. O carnaval ta caindo cada vez mais tarde, ano passado eu vi o Papai Noel pulando o carnaval. Quem é que organiza o calendário o Serginho Malandro? A mesma pessoa que organizou o Enem. Mas o Carnaval cair cada ano numa data é a prova que foi uma festa criada pelo homem, ele não sabe guardar datas.
Foi uma festa criada pelo homem, é uma festa que dura 5 dias, cai cada ano numa data, é conhecida como a festa do sexo, tem mulher pelada em todos os canais, só toca musica ruim e o Rei da festa é um gordo.
Porque se fosse uma festa criada pela mulher, não duraria tanto, ia cair sempre no mesmo dia, não teria mulheres com o peito de fora em todos os canais, no maximo umas gorda, tocaria musica lenta, o rei momo não seria um gordo e sim um bonitão e não seria conhecida como a festa do sexo, mais sim como a festa das preliminares, do compromisso, do relacionamento sério, etc.
Eu não sei vocês mais nesse Carnaval eu vou Curtir muito, tudo que colocarem no Facebook eu vou clicar em “CURTIR”.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Cabelo no pão careca

Todo mundo já se deparou com essa cena. Você está comendo feliz da vida, quando da uma garfada e descobre aquele fio de cabelo sedoso na sua comida. Essa é uma situação que deixa qualquer de cabelo em pé. E a maioria tem a mesma reação diante daquela peruca no prato. Certifica-se que o cabelo não é seu. Você não pode dar um escândalo no restaurante e de repente notar que o cabelo é seu. Depois chamar o gerente, o cabelo pode não ser dele, mais o problema agora é dele. Ele tem que resolver de qualquer jeito, a comida pode estar a melhor de todas, mais agora aquele fio fez você perder a fome, e alguém vai ter que pagar por isso, e é claro que não será você, já que quando pediu um prato feito, não quis dizer, barba, cabelo e bigode, que é de um destes três lugares que pode ter se soltado o bendito.
Um fio de cabelo na nossa comida nos cega, nada pode nos acalmar, é um absurdo deixarem isso acontecer. Porém quando passamos por uma situação dessas em casa qual é a nossa reação? Talvez reclamar com a mãe, a mulher. Isso quando não se esta sozinho, pois não existe coisa mais chata do que encontrar um cabelo na comida, e não poder reclamar porque você quem fez a comida!
Mas verdade é que encontrar um cabelo na comida é igual encontrar a ex-namorada, você acha ruim mais vai acabar comendo.
E você já encontrou um cabelo na sua comida essa semana?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fim da festa

Semana passada acabou mais um horário de verão. Com o horário de verão temos dias mais longos, só escurece depois das 20h00min, você sai do trabalho ainda esta claro, isso te da à sensação de que você não está vivendo para o trabalho. Já no horário comum você sai do serviço já esta escurecendo, ao contrario do outro é desanimador. Mesmo saindo à mesma hora, da diferença. Chamam você pra sair depois do expediente, durante o horário de verão, está claro, está sol, está “cedo”, você vai. Porque caso sua mulher venha reclamar você pode falar, “mais amor ainda nem escureceu”. Já no horário normal não.
Em alguns Estados não existe horário de verão, tocam o barco como se nada tivesse acontecido. Por um lado é ruim por que sabe tudo com 1h de atraso, fim de novela, fim de filme, qualquer coisa transmitida pela TV pode perder o encanto se você tiver um parente fofoqueiro que more numa região que tenha horário de verão. Já o lado bom é não ter que agüentar os chatos que tem a mania de falar, é 22h00min mais parece 21h00min. e principalmente ficar nesse eterno vai e vem, porque quando você está quase se acostumando com o horário de verão ele acaba. E novamente aparecem os chatos falando “é tal hora mais parece tal hora”. Não, não parece. Parece lá no Acre não aqui.
Na verdade acho que a única função do horário de verão é servir como representação de um começo e um fim. Quando ele começa, é porque estão chegando as festas de fim de ano, arroz com passas, musicas de fim de ano, praia, etc. Quando acaba, quer dizer que chegou a hora de voltar ao normal. Tanto é verdade que quando acaba o relógio atrasa em uma hora. Essa uma hora é pra você se recuperar do choque. “Acabou a festa, você tem uma hora pra sair”.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Torcida organizada?

Estava eu voltando do centro, de ônibus, bem na hora do término de um jogo (Coritiba x Atlético PR, jogo considerado um clássico paranaense), quando entra vários torcedores dentro do ônibus, gritando e assustando todos os passageiros (no caso só eu). Durante todo o percurso pensei sobre o assunto, ao mesmo tempo em que pensei que fosse apanhar mesmo não tendo nenhum motivo para eles fazerem isso. Acho até que nos dias de hoje não precisam de motivos para te bater, podem fazer isso apenas por não gostarem de você (ou eu sou muito medroso). Quando fui interrogado por um dos torcedores, que me perguntou pra que time que eu torcia, tive que falar que era o mesmo que o dele, e se fosse o do oposto que perguntasse falaria que o oposto. Com o medo que eu tava se fosse um argentino e perguntasse pra que seleção eu torço, com certeza falaria: “Argentina desde pequeno”.  
Voltando, comecei a observar e a pensar a respeito do porque de tanto fanatismo. Eles cantavam com um amor, vibravam com um amor, arrancavam os bancos com um amor, fora do normal. Não sei se tudo isso é recompensado de alguma forma, claro que é um grande esporte sem sombra de duvidas, mais será que quem participa liga tanto quanto esses torcedores? Vemos a respeito de torcidas organizadas lutando (literalmente) pelos direito de existir. Pra que? Pra poderem vestir camisa e ir para o estádio? Porque não podem ir como as famílias. Talvez seja um pretexto pra poder, assim como na religião direcionar o rebanho, só que nesse caso não com um senhor como luz guia, mais com 11. Não estou querendo generalizar falando que todas as torcidas organizadas vivem pra arrumar confusão, e o seu único foco é a briga, até porque se fosse o nome não seria organizada. Sei que tem o lado torcedor, a paixão, amor ao time e ao esporte. Só acho que esse amor tão grande pode cegar e levar ao ciúme, e é nesse momento que começam as brigas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

É o mínimo que eu espero...

O que você faria se ganhasse um salário mínimo por mês. Essa é uma pergunta que já foi feita pra um presidente, e deveria ser refeita para todos os políticos que estão votando a respeito do aumento do salário mínimo. Aumento HÁ-HÁ-HÁ.
Com toda essa discussão que está sendo criada em torno do salário mínimo, sobre aumentar de 545 reais para 560 reais, o maior prejudicado é o povo. Alias acho que o mínimo que o povo espera é que o governo suba o valor do mínimo. Porque quando é pra subir o salário deles (os políticos) não existe nenhum contratempo, e nenhum deles é contra. Agora quando é para aumentar 15 reais no salário de uma pessoa que trabalha a semana inteira, das 7 da manhã as 5 da tarde, que de uma maneira inexplicável consegue pagar aluguel, água, luz, telefone, comer, criar os filhos, etc. e tudo isso com apenas 545 reais. Num país onde cobram imposto até pelo ar que nós respiramos. Eles têm a capacidade de enrolar, de pensar no caso? Realmente é um caso pra se pensar. Ah esses 15 reaiss vão fazer muita diferença no final do mês. Pode ser que pra algumas pessoas faça. Mas é um absurdo num país que tem tanto ter um salário desses. E é um absurdo maior ainda discutirem tanto pra subir 15 reais. Não falo isso pelo valor em questão mais sim pela valorização do ser humano. Essa semana escutei por duas vezes que “nós gostamos de ser enganados”, e vendo essa situação tenho que concordar. Não é a primeira vez, nem a ultima, que isso acontece. Mas uma coisa temos que admitir, não é só culpa deles tudo isso que esta acontecendo, talvez a maior parte da culpa seja nossa, de já ter tomado na cabeça por varias e varias vezes e mesmo assim continuar elegendo gente ruim. Não procurando bons candidatos, não acreditando que pode ser de outra forma. É a mesma coisa que acontece num relacionamento, você termina porque foi traído e usado, mais mesmo assim insiste na pessoa, na situação, etc.
Eu só espero viver o suficiente pra ver um Brasil diferente, ou pelo menos que meu filho, netos, bisnetos, etc. possa viver nesse Brasil melhor. E enquanto isso não acontece vou me contentando usar o material que é dado pra transformar em piada, e olha que isso é o que não falta, temos um palhaço como deputado, mágico fazendo sumir nosso dinheiro e uma mulher barbada no comando. E é essa abundancia de material é o que me resta de consolo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Conto - A viagem

Pai já estamos chegando? Falta muito? Já ta chegando?
Maura eu não vou mais responder ele.
Uí Carlos o moleque só ta perguntando.
Sim mais é a nona vez que ele pergunta em menos de dez minutos, e nós nem saímos do lugar.
Não desconta seu nervosismo no meu neto não, não desconta nele.
Queria descontar no cunhado que deu a idéia de sairmos esse horário, mais ele ta dormindo desde que entrou no carro.
O que você disse?
Nada, só falei que não vai andar nunca.
Sei, sei...
Já chegamos, falta muito?
Cala a boca moleque.
Miele não fala assim com o seu irmão.
Falta muito, já chegou?
Quieto Junior não está chegando, falta muito, pelo jeito não vai chegar nunca.

Um dia antes, véspera da véspera do ano novo.
Como todos os anos a família se preparava para a descida para a praia – A família: A mulher Maura, dona de casa supersticiosa que não fica um ano sem ir pular as ondinhas, levar oferenda pra Iemajar, comer sete uvas, e fazer todas as outras “mandingas” que podem ser feitas pra se ter um ano bom. O marido Carlos não acredita nessas coisas, mais como a maioria dos Brasileiros só tem essa oportunidade no ano de descer para a praia. Junior tem 8 anos e suspeitam que ele seja hiperativo. Suspeita essa que surgiu num sábado, que ele acordou meia hora mais cedo que todo mundo, pintou as paredes da casa com giz de cera, deu banho no gato dentro do aquário, fez panqueca para o cachorro e acordou todo mundo com chorando porque estava preso no lustre que até hoje ninguém sabe explicar como ele foi parar lá. Miele adolescente dos seus 15 anos está indo para a praia com os pais a contragosto, já que segundo ela está sendo obrigada a ir, porque não se manda, como diz o pai quando ela o questiona. Ela não consegue ficar longe do computador, das amigas, do celular. Não suporta criança, principalmente o irmão, e acha careta ter que ir todo ano para praia com a família.
Todos estavam muito animados, exceto Miele, com os preparativos para a rotineira descida para praia, quando algo que aconteceu mostrou que esse ano seria diferente dos anteriores. E esse acontecimento foi a chegada da mãe de Maura, a avó de Miele e Junior, e sogra de Carlos. Que apesar de ser sinônimos para a mesma pessoa tem uma importância diferente. De Avó para sogra a figura muda muito. Quando dona Margot chegou – Margot, viúva, 65 anos, mãe e avó maravilhosa, sogra nem tanto. Foi uma surpresa pra todos, pois ela não avisou que viria, até porque se avisasse não seria surpresa e se avisasse o genro daria um jeito de falar pra ela não vir, talvez seja por isso que ela não tenha ligado. E a surpresa maior ainda foi porque ela estava com uma mala, quer dizer duas malas, o cunhado estava junto. Cunhado do carlos, irmão da Maura, tio de Miele e Junior, filho da Margot. Mauro, 27 anos, desempregado, filhinho da mamãe, é tão mimado que ainda mora com ela, sangue suga como todo bom cunhado que se preze.
A chegada da sogra e do “mala” não estava cheirando bem para Carlos, então logo veio a duvida, o que estariam eles fazendo na sua casa em pleno dia 30, e pior de mala e cuia? Talvez por reflexo ou esperança, ele chegou a acreditar que eles estivessem passando, só pra desejar feliz ano e então partir para o destino onde passariam a festa e usariam o conteúdo da bolsa. Contudo antes que ele pudesse tentar, começar a investigar, com cuidado pra não revelar que estavam prestes a viajar, a mulher deu logo com a língua nos dentes, e pra piorar disse que a casa que estavam indo era grande. Noticia essa que fez com que a sogra abrisse logo o jogo e se convidasse pra passar as entradas de ano novo junto com a família, convite esse que deixou a Mulher felicíssima, mas acabou com as esperanças de Carlos, de que aquelas malas não dividiriam o espaço do porta-malas com as dele.
Eles terminaram de colocar as coisas no carro, então Carlos iria dar uma descansada pra não correr risco de cochilar durante a viagem já que viajavam sempre de madrugada, exatamente 1 hora da manhã, hora que iam todos os anos para não pegarem transito. Quando o folgado, digo o cunhado, deu a idéia de viajarem depois do almoço no dia seguinte, argumentando que tinha visto na televisão, que a maioria das pessoas sairia na madrugada da véspera, da véspera, ou na parte da manhã da véspera. Todos sairiam esses dois horários por que achavam que ninguém ia ter essa idéia então não pegariam transito. Tese essa que também era praticada, e comprovada, por Carlos. Porem antes que Carlos pudesse dar sua replica, confirmando que esses seriam realmente os dois melhores horários para sair, a idéia do cunhado já tinha sido apoiada pela sogra dele, e também por Miele, que partia da idéia de, quanto mais tempo demorasse pra sair, menos tempo ficaria longe das amigas, do computador, do celular, e menos tempo perto do irmão. Logo já eram três contra dois, a mulher apoiou a maioria dizendo que – poderíamos tentar uma vez, sempre saímos no mesmo horário com medo de pegar transito, vamos arriscar ir amanhã. O marido nem deu a réplica já foi direto pra tréplica, tentou fazer a mulher usar a lógica, mais nenhuma lógica bate ao apelo de uma mãe, ainda mais em véspera de ano novo. Era isso, véspera, da véspera e sem o apoio de ninguém da família. Sem poder fazer nada ele foi obrigado a ceder, era muito tarde pra começar uma rebelião, então o maximo que pode dizer foi:
- Depois não digam que não avisei.
Durante a noite o Pai da familia não conseguiu dormir direito, virou e revirou na cama, levantou umas duas vezes, pensando que tudo aquilo na passara de um pesadelo e que talvez ainda fosse dia 29/12. Mas tropeçou no cunhado, que estava dormindo na sala, quando estava indo pra cozinha. Então se tocou que era verdade, e pior eles passariam a virada com eles. Isso o assustava mais ainda, se todas essas coisas que dizem sobre a virada, que a cor, a forma que é comemorada, e principalmente quem esta junto com você na virada influencia como será o seu ano for verdade, ele poderia estar correndo um sério risco de ter um ano ruim. E isso o assombrou durante toda noite, e até um pouco antes de sair de casa, que foi quando realmente caiu a ficha, que ficaria dentro de um carro fechado durante 3 horas dentro de um carro com a sogra e cunhado, e isso seria só o começo já que ficaria também um fim de semana inteiro com os dois.
Sem conversar muito iniciaram a viajem, há primeira hora fora tranqüilo, parece que o pateta, quer dizer, o cunhado tinha acertado, o transito estava fluindo normalmente. Passou o primeiro pedágio e nada de transito. Segundo pedágio e tudo correndo bem. Parece que Carlos se precipitou em julgar mal o cunhado, talvez por trás de toda aquela preguiça, folga, cara de pau, etc. existisse uma esperança. Infelizmente Carlos pensou isso cedo demais, o que ele esperava aconteceu, pois 100 metros depois do segundo pedágio ele viu uma fila, sim e pelo jeito não era uma fila pra receber algum premio, era o transito que ele tanto temia. O transito que se eles tivessem saído de madrugada como o de costume teria evitado. Mas não o cunhado quis se intrometer, e a mulher quis ficar do lado do irmão. Antes que ele pudesse jogar na cara do cunhado o que o tapado tinha feito, o malandro já se botara a fingir que estava dormindo. E o silencio que reinou no carro nas duas primeiras horas, deu espaço para os chutes de quem descobriria primeiro o que teria acontecido pra se formar o transito.
Foi algum acidente com moto, por isso que eu não gosto de moto, qualquer coisa você é o para-choque, Deus que me livre meu filho numa moto. Disse a mãe.
Devem ter atropelado algum animal silvestre. Chutou a sogra.
Poderia ser você sua jararaca. Pensou Carlos.
Foi algum ônibus de turismo. Arriscou a filha.
Acho que foi um motoqueiro, que atropelou um viadinho, que fez o ônibus perder o controle e tombar. Falou com segurança o Junior.
Enquanto o cunhado continuava a fingir que estava dormindo.
Passaram as horas e o transito andava mais lento que a justiça Brasileira. Já era 07:00 horas e ele estavam ali ainda. A água já tinha acabado, as bolachas e salgadinhos tinham ido já na primeira hora. O nervosismo tomou conta do carro.
Pai já estamos chegando? Falta muito? Já ta chegando?
Maura eu não vou mais responder ele.
Uí Carlos o moleque só ta perguntando.
Sim mais é a nona vez que ele pergunta em menos de dez minutos, e nós nem saímos do lugar.
Não desconta seu nervosismo no meu neto não, não desconta nele.
Queria descontar no cunhado que deu a idéia de sairmos esse horário, mais ele ta dormindo desde que entrou no carro.
O que você disse?
Nada, só falei que não vai andar nunca.
Sei, sei...
Já chegamos, falta muito?
Cala a boca moleque.
Miele não fala assim com o seu irmão.
Falta muito, já chegou?
Quieto Junior não está chegando, falta muito, pelo jeito não vai chegar nunca.
...
Carlos já se acostumava com a idéia de ter que passar a virada no carro.
Maura só conseguia pensar nas ondinhas, nas uvas, e em todas as outras mandingas necessárias.
A sogra já tinha se arrependido de se fazer de coitada pra filha, mais ao mesmo tempo se sentia recompensada em ver o genro bravo.
Miele chorava e durante o intervalo dos choros gritava, eu queria ter 18 anos, queria ter 18 anos, queria ter 18 anos... Mal sabe ela que depois dos 35 ela vai gritar isso todos os dias.
E o cunhado, continuava a fingir que estava dormindo.
As diferenças começaram a ser jogada na cara depois da quinta hora dentro do mesmo carro.
Mãe, pai, eu acho que fui adotada, sou muito diferente de vocês. Não queria ir pra praia, não gosto de ficar junto com todos, e não posso ser irmã deste tapado. Junior tira o dedo do nariz e se sente ofendido, mesmo não sabendo o que tapado significa.
Eu também acho que sou adotado, pai e mãe. Podem dizer já sou um homem, eu agüento. Não vejo semelhança nenhuma entre nós. Vocês são mesmo meus pais? Ou pelo menos me diz que a Miele é adotada que já ta de bom tamanho.
A mulher manda os dois parar de falar besteira e também solta o verbo. Nenhum de vocês é adotado, vocês acham que se não fosse cria minha eu iria adotar? É mais facil eu doar vocês do que ter adotado outros.
Minha filha não fala assim com os meus netos, se estamos aqui presos, e nervosos não é culpa deles e sim desse seu marido incompetente.
Espere aí, quem teve a idéia genial de sair depois do almoço foi seu filho. Eu já tinha me programado, alias fazemos da minha forma todos os anos. Mais quando a senhora apareceu na minha porta com o Mala eu pressenti que infelizmente não seria como os outros anos. Só de te ver na porta subiu um frio na minha espinha, só que infelizmente eu estava certo. Diferente do seu bebê.
E o cunhado pensou em levantar e se defender dos insultos, mas sabia que corria o risco de ser jogado para fora do carro, então se manteve firme, se fosse preciso passaria a virada fingindo que estava dormindo.
O carro pegando fogo, a discussão já estava no auge, a ponto do marido bater na sogra, a irmã enforcar o irmão, a mulher sair correndo e o cunhado continuar dormindo, quando do nada o transito começou a andar. Sem mais nem menos. Calando a discussão.
Apesar de tudo chegaram na casa da praia,  com tempo para se arrumarem, com tempo da mulher fazer as mandingas, a tempo do Junior brincar e sujar as 3 roupas brancas que tinha sido levada pra ele, com tempo de ver os fogos. Todos comeram, trocaram abraços, desejos de boas entradas, promessas, etc.
E como toda boa festa de ano novo terminou em choradeira. Choro da sogra pedindo desculpa, da mulher aceitando a desculpa, do cunhado fingindo que estava chorando, da criança chorando porque os adultos estavam chorando, da filha chorando no celular com as amigas e do Carlos (marido/pai/cunhado/genro) chorando porque teria que agüentar todos durante toda a viagem de volta.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O jornal nosso de cada dia...

Eu sou saudosista, fiz a assinatura para receber o jornal em casa, gosto que meu gato faça suas necessidades nas noticias atualizadas.

Antes de fazer a assinatura fique muito na duvida, fazer ou não. Afinal de contas tenho todas as noticias sendo atualizada de minuto em minuto pela internet. O que eu procurar terá. As noticias estão viajando pela rede antes mesmo de acontecer. O numero de informações que chega poderia escrever uns 20 jornais do que vou receber em casa. Então porque eu fiz isso? Talvez por ser uma coisa que eu sempre quis ter, mais do que TV a cabo, telefone, etc. Sempre tive vontade de receber o jornal todos os dias em casa. Mesmo sabendo que não o lemos inteiro. Lemos no maximo 60%. No resto corremos os olhos. E mesmo assim conseguimos nos prender mais do que lendo no computador. Porque fazer isso pelo computador é mais dificil. A competição é muito injusta. Você tem vários concorrentes. Tem as redes sociais, vídeos, fotos, etc. Já no jornal impresso não tem isso. Você não está lendo de repente aparece a idéia de acessar um filme pornográfico.

Fora que o jornal na sua forma original da mais credibilidade. Notei isso quando sentei pra ler o primeiro exemplar que recebi em casa, e minha mãe falou toda orgulhosa: Meu filho é muito culto. Eu nunca tinha ouvido isso dela, mesmo depois de passar horas e horas tentando escrever, estudando ou lendo na frente do computador. Só o fato de estar com aquele representante de gerações nas mãos, fez com que ela achasse que eu sou mais culto. Até se eu não tivesse lendo, estivesse apenas com o jornal aberto dormindo, ela falaria isso. E foi aí que caiu a ficha. Talvez o real motivo do por que eu tenha assinado (e algumas pessoas assinam) foi pra me sentir mais culto. Porque querendo ou não o jornal é uma representação disso. A pessoa com o mesmo jornal num computador não tem tanta credibilidade do que a que lê na sua forma mais antiga. Não que quem o faça na forma impressa seja mais inteligente, ou mais culto do que, quem faz na forma eletrônica. Mais é porque diferente de quem está segurando um computador aberto, que tem um jornal aberto não tem outra escapatória. Ou lê ou fingi que ta lendo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Diz que eu não to...

Não temos mais como fugir, estamos totalmente comunicáveis. Foi-se o tempo em que se podia dizer “diz que eu não to” e passar livremente por quem estava a sua procura. Hoje em dia quando você pensa em se omitir, os meios de comunicação te revelam. Telefone, celular, rádio, email, etc. são ferramentas que aumentaram as formas de se relacionar e ao mesmo tempo te aprisionam, porque não tem como escapar sem ser visto, ouvido, lido... Desligue o telefone da tomada, te ligaram no celular, desligue o celular mandaram um email, não entre no email, vão te chamar no radio, não responda, vão até a sua casa perguntar por que não está atendendo, respondendo.

Os namoros de hoje em dia são diferentes dos de antigamente, não somente pela forma com que são tratados, mais porque com tantos meios de comunicação não tem mais como você dar uma “escapadinha” (e quando digo escapadinha não é no sentido de trair, mais sim sair para tomar uma, bater um papo, etc.), sem ser descoberto. Quando o meio de comunicação mais popular era o telefone, a namorada ligava, o namorado dizia, “ah amor hoje vou ficar em casa, trabalhei o dia inteiro, to morto”, então ia jogar uma bola, tomar uma cerveja, etc. (dava uma escapadinha). Hoje em dia a namorada liga, o namorado responde com um email, ela pede pra enviar uma foto para que possa averiguar se realmente ele está com cara de doente, se ele não ta e mesmo assim insiste em dizer que está ela pede para ele ligar um webcam, ele liga, ela percebe que ele estava mentindo, então temos mais um relacionamento acabado, porque os meios de comunicações não deixaram que ela acreditasse nele.

Não estou defendendo a “escapadinha”, mais sim a liberdade pra não responder, sem se sentir culpado. A liberdade de poder dizer que não está, mesmo quando está, e não duvidarem da sua palavra.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Prometo pra mim mesmo...

É inevitável, todo começo de ano é igual, promessas e mais promessas. Esse ano eu paro de fumar, esse ano eu vou emagrecer, vou ganhar um aumento, vou procurar um serviço melhor, vou correr atrás dos meus sonhos, etc. e todos sabemos o fim dessa história, quando conseguimos nos lembrar dela. E na maioria das vezes quando lembramos já é junho, e junho é tarde demais para retomar a promessa. Só restam mais 6 meses para o fim do ano, é melhor esperar ele terminar e pegamos o próximo cheio então cumprimos o prometido.

Acredito que o maior culpado pelo índice de inadimplências de promessas não cumpridas seja porque fazemos da forma errada, quantas vezes você já não se pegou prometendo pra você mesmo?

Eu prometo pra mim mesmo que vou parar de beber.

Eu prometo pra mim mesmo que não vou mais fumar.

Eu prometo pra mim mesmo que vou emagrecer.

Eu prometo pra mim mesmo...

Esse é o problema você está prometendo pra você mesmo, não tem como cumprir. Você encontra alguém que prometeu para ela mesma que pararia de fumar, e ela está fumando, pergunta pra ela “você não prometeu pra você mesmo que iria para de fumar esses ano”? Ela respondera, “é eu não sou confiável”.

Não somos tão bons “cumpridores” como somos “prometedores”. Falar até papagaio fala, agora soletrar só alguns conseguem.

Então esse ano eu prometo que não vou mais fazer promessas que não posso cumprir.