quarta-feira, 24 de abril de 2013

A verdadeira história do descobrimento



- Terra a vista.
Pedro alvares Cabral desembarca no Brasil, que ainda não tinha esse nome, então enche os pulmões e fala:
- Ora pois... Ligue para o meu pai e diga que eu descobri um lugar. Agora é meu.
Alguns índios estão em volta dele.
Um dos funcionário de Pedro da uma pigarreada.
- Mas Pedro, já tem gente nele.
- Onde?
Aponta para os índios.
- Ah, não, eles devem ser os animais locais.
- Ei.
- Não, são gente.
- Tem certeza?
- Sim.
- Tem certeza, eles não parecem gente.
- Ei, nós entendemos o que você fala. – retruca um dos índios.
- Entendem?
- Sim.
- Então, ta ok então. Eu. Queria. Dizer. Que. Vocês. São. Bem vindos.
- Já falei que entendemos o que você está falando, não precisa falar desse jeito.
- Ta. Bom.
Silencio.
- Você não descobriu nada. Nós descobrimos.
- Onde está escrito?
- Escrito o que?
- Que vocês descobriram.
- Não está escrito em lugar nenhum, nós estamos aqui, não precisa estar escrito.
- Precisa sim, a escritura ta em meu nome.
- Escritura?
Um homem vem correndo e entrega a escritura para Pedro Alvares Cabral.
- Escritura. Atestado de que no dia 22 de abril de 1500, Pedro Alvares Cabral pisou em terras até então não conhecidas.
- Pera aí, até então não conhecida como? Nós já estamos aqui. E hoje não é 22 de abril de 1500, é 18 de setembro, de 1100.
- Eu não vi nada quando eu cheguei, alguém aqui viu?
Olha para tripulação que faz que não com a cabeça.
- Olha aí.
- Mas olha ali já tem nossas casas ali para provar.
- Aquilo não é bem uma casa, é mais uma oca, uma cabana, uma coisa meio de sem terra, você pode muito bem montar aqui em uma hora.
- Ei!
- O negócio é o seguinte.
Pedro se aproxima do índio, que provavelmente é o pajé da tribo, passa o braço em volta do ombro dele e vai caminhando com ele.
- Então, o que eu posso fazer por você, para não te deixar na mão é: te deixar morar aqui.
- Sim, mas nós já morávamos aqui.
- Ta, eu deixo vocês continuar morando.
O pajé olha de canto de olho.
- Porém, vocês vão ter que trabalhar para mim.
- Oi?
- Terão que trabalhar servicinho leve, nada demais, lavar, cozinhar, construir, coisa pouca.
- Mas nós não trabalhamos...
- Pois é, acabou a vida boa.
- Não mas...
- Pera aí, mas vocês não vão trabalhar de graça não.
- Ah não?
- Não, olha para mim, sou eu Pedrão, seu amigo.
- Hum...
- Vocês vão ganhar.
Faz sinal para um de seus homens que vem entregam o espelho e sai.
- Isso.
O pajé pega o espelho na mão e fica olhando.
- Ta, mas e o que nós vamos fazer com isso?
- Ai já vai da sua imaginação. Só sei que eu conheço algumas pessoas que trabalhariam por uns pedaços menores do que esse.
O pajé olha para ele indignado.
- Olha sem escritura é isso que eu consigo fazer por vocês, porque você sabe que se o fiscal bater aqui todo mundo vai em cana. Então, tecnicamente eu estou te ajudando.
O pajé fica desanimado olhando para o espelho.
- Mas isso é só por enquanto, assim que nos estalarmos direito vamos melhorar as condições, dar decimo terceiro, vale refeição, férias remuneradas.
O pajé meneia a cabeça, Pedro abre um sorriso e vai em direção a tripulação.

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